quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

ENTREVISTA COM JURACI SIQUEIRA


ANTONIO JURACI SIQUEIRA, UM POETA ADMIRADO POR TODOS OS ARTISTAS E NÃO ARTISTAS QUE O CONHECEM




eu- Juraci, no Afuá já produzias os teus livros ou isso foi uma coisa que começou muito depois, já em Belém?

juraci- Vivi até os 16 anos na localidade de Cajary, município de Afuá, mas lá não produzi nada, apenas tive contato com a literatura, principalmente com a literatura de cordel. Escrevi alguma coisa em Macapá, onde morei de 1965 a 1976 quando vim morar em Belém onde, a partir de 1978, com meu ingresso no curso de Filosofia na UFPa.,, comecei a escrever e publicar nos painéis do Campus Universitário.

eu- Por que a tua retirada pra Belém? Como se deu e quando?

juraci- Vim a Belém em 1976 para tratamento de saúde de uma filha. Como o tratamento era prolongado, resolvi vender uma casa que tinha em Macapá e me ficar definitivamente em Belém.

eu- Por que o cordel?

juraci- Foi a literatura que mas tive contado quando morava no Cajary. Além do mais, meu avô José Abdon contava muitas histórias versificadas e cantadas, oriundas dessa literatura. Quando comecei a escrever não atinava o porquê da minha tendência para a rima e a metrificação. Quando a “ficha” caiu, é que passei a me interessar ainda mais por esse gênero da poesia popular, estudando e cultuando os grandes mestres do passaado.

eu- Quais os autores que te influenciaram ou te influenciam literariamente?


juraci-
As influências foram e continuam sendo uma constante em minha obra. De cordelistas como Leandro Gomes de Barros a poetas como Jorge de Lima, Thiago de Melo...

eu- Tu tens uma posição bem regional nos trabalhos e mesmo no teu comportamento e forma de se vestir, então me diz: te consideras um autor regionalista? Como tu vês essa questão do regionalismo dentro da arte?

juraci- Geralmente o artista reproduz em suas obras sua própria vivência. E eu, por ser oriundo do interior do Marajó, minha vivência é interiorana, ribeirinha, logo, é natural que em meus poemas, contos, crônicas, etc., eu expresse a minha visão cabocla da realidade. Vejo o regionalismo na arte como forma de expressar vivências. Em assim não sendo, caímos na “regionalice”, isto é, no falso regionalismo e apelações, tipo rimar açaí com tucupi ou Pará com tacacá...

eu- As tuas criticas são bem diretas na poesia. Consideras que é importante pro artista ter um engajamento político?

juraci- Importante mas não necessário. A arte engajada precisa ser consciente e muito bem trabalhada para não cair nas “mesmices” que abundam por aí. Até porque uma boa causa não salva um mau artista.

eu- Fala um pouco de datas: em que ano mais ou menos começastes a escrever?

juraci- O primeiro trabalho datado que conservei comigo, é uma letra de música com a qual concorri no III Festival Amapaense da Canção, em 1875. Trabalhos publicados em jornal datam de fevereiro de 1980 e meu primeiro livro, “Verde Canto”, foi publicado em 1981.

eu- Chegaste a ser perseguido e censurado pela ditadura militar? Conta ai um pouco de como se dava o trabalho de um poeta naquela época conturbada e cheia de atropelos.

juraci- Não. Quando comecei a escrever e publicar, a fase mais feroz da “dita dura”, e põe dura nisso, já havia passado. Peguei a fase mais branda, a da “abertura” do General João Figueiredo. Cheguei a escrever sátiras no Jornaleco de A Província do Pará e no PQP- um jornal Pra Quem Pode, do jornalista Raymundo Mário Sobral sem ser incomodado.

eu- Por que os livros artesanais? Ainda os produz?

juraci- Por ser essa a forma mais fácil, barata e autônoma que encontrei para divulgar e comercializar meu trabalho. Mesmo já dispondo de editora, vou continuar a produzi-los por ser, também, uma forma de preservar minha produção.

eu- Hoje estás na internet em todos os possíveis canais, como vês o papel da internet na divulgação da arte?

juraci- A Internet, como a televisão, o rádio ou qualquer outro meio de comunicação são instrumentos a serviço do homem. O usuário é que fará o bom ou o mau uso deles. Como uma faca que se usa para cortar legumes ou para matar alguém. A Internet, se bem usada, é um poderoso instrumento para a produção e divulgação da arte.

eu- Tu te consideras um artista marginal?

juraci- Faço minhas as palavras do poeta Clei de Souza: - “Marginal é o caralho!”

eu- Para finalizar: Podes me dizer a data de teu nascimento?

juraci- Claro que posso. Até porque nem aparento a idade que tenho: no próximo dia 28 de outubro estarei completando 62 anos de idade! E isso num corpo e 40 com cabeça de 30. (Risos)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

ENTREVISTA COM DJ FANTASMA




DJ FANTASMA FAZ PARTE DO MOVIMENTO HIP HOP, MORA NA PEDREIRA E TEM UMA VISÃO CRITICA DO CENÁRIO CULTURAL E DA REALIDADE SOCIAL

eu:quais as tua sprinciis influencias na música nacional, mundial, local?

dj fantasma:Nacionais são: Costa a Costa, Jackson, Tim Maia, Cassiano, Máfia Nortista, Raul Seixas, Chico Buarque, Zé Ramalho, Jorge Ben, DJ Hum, Bezerra da Silva, Sabotage, RZO entre outros. Na música mundial posso citar Bob Marley, Crooked Stilo, Daddy Yankee, Don Omar, Tego Calderon, James Brown, Dr, Dre e muitos outros. E local Verequete, Dona Onete, DJ Morcegão e os MC's e grupos de Rap de Belém

eu:quando tu começou na música?como?

dj fantasma:Começei em 2000, mas me tormei DJ em 2002 quando passei a tocar em pequenas festa de Flash Back aqui no bairro da Pedreira, logo após isso alguns parceiros e eu montamos um grupo de Rap chamado R.I.M.A. fui passando por alguns grupos até que fundei o Clã Real eo selo independente Dabaixada Record's
ondes estamos até hoje

eu: tu ainda mora na pedreira?toca algum instrumento?

dj fantasma: ainda moro na Pedreira sim, e não pretendo sair daqui nunca.Sobre tocar algum instrumento. Os instrumentais que produzo (Rap, Reggaeton) são na sua grande maioria produzidos em softwares de computador. No começo eu produzia na marra mesmo, mas já aprendi a tocar teclado que é base das produções desse estilo, e pra mim facilita porque uso um teclado midi, com ele consigo produzir todos os instrumentos das minhas produções

eu:tu tá envolvido com algum movimento social?

dj fantasma: Faço parte do Movimento Hip Hop NRP (Nação de Resistência Periférica)


eu: tu tem uma filha, é morador da periferia e vivencia a violencia que tá nas nossas ruas todos os dia.como tu acha que isso pode ser mudado?

dj fantasma:
Com uma boa distribução de renda, educação, muita cultura e um sistema penitenciário que re-socialize realmente. Mas para que isso aconteça temos que deixar de vender ou trocar por coisas pequenas nossos votos e analisar com muito cuidado em quem vamos votar.
eu:a gente não se conhece pessoalmente, só pela net, e é interessante ficar sabendo dos teus trabalhos,me diz ai como tu ver a cena de belém para a arte?
dj fantasma:
É verdade mas oportunidades não faltarão de nos conhecermos pessoalmente, bom a cena aqui em Belém é uma mina de ouro que ainda falta ser explorada, tem muitas riquezas artísticas que ainda faltam ser descobertas, existe cada talento por aí que muita gente nem imagina. Mas também existe uma pobreza muito grande de investimento em grana e mentalidade.
O governo e os produtores de eventos só apoiam quem já tá na cena
não abrem espaços para os novos talentos
Aqui em Belém só quem conseguiu quebrar esse sistema foi o pessoal do brega, eu admiro muito o que eles conseguiram

eu:então, vamos continuar falando de arte, quais as tuas influencias na literatura?

dj fantasma: Ferréz, Preto Ghóez e Alexandre Buzo e todos da Literatura Marginal

eu: porque a escolha pelo hip hop?

Dj fantasma: Hip Hop é a cultura de todas as periferias do mundo, então quem vive na rua e para a rua se apaixona por essa cultura.


eu:agora pra finalizar, tu pode dizer qual o teu nome e e tua data de nascimento, como referencia pra galera? e manda os teus blog, log, o que tu tiver pra colocar lá tb

dj fantasma:
Meu nome é Fernando Neves, minha data de nascimento é 01/09/1981
minhas paginas são
www.myspace.com/djfantasmabeats
www.myspace.com/clareal

O DJ FANTASMA É MORADOR DA PEDREIRA E PARTICIPA DO MOVIMENTO HIP HOP EM BELÉM.


eu:ah,só mais uma pergunta
pq Fantasma?

dj fantasma:todo mundo me pergunta isso
e eu nunca consigo responder

eu: nasceu de uma brincadeira?apelido de infância?ou só depois q virou dj?

dj fantasma:nasceu de uma brincadeira de quando eu ainda andava de skate
como eu só vivia sumindo nas sessions disseram que eu parecia um fantasma pq eu aparecia e sumia
aí começaram a me chamar de Fantasma

ENTREVISTA COM O PALHAÇO CLEITON CAMINHA

CLEITON CAMINHA É UM ARTISTA QUE TEM A RUA COMO PALCO E O CIRCO COMO SUA PRINCIPAL PAIXÃO, MORADOR DA TERRA FIRME, ELE AGORA TÁ MORANDO NO INTERIOR DO ESTADO DO PARÁ...

eu: como tu chegou a arte?

cleiton : cheguei a arte através da poesia desde quando me envolvi com um bando de doidos do meu bairro que tinha o objetivos de fazer arte de forma alternativa, a qualquer custo... rsrsrs... bando de doidos por artistas alternativos, como eu q tinham a intenção de produzir arte de forma alternativa no caso, foi quando se formou o churume literário, foi assim q tive a 1ª oportunidade de expressar arte, isso, ainda, em um contexto ñ muito propício e sem incentivo algum

eu: e o teatro, como ele chegou na tua vida?

cleiton: foi ainda através do churume literário, quando este se situava na "na morada da arte", tive contato com um artista mineiro chamado Anderson Dias, que montou um coletivo chamado "Lama" e fez várias oficinas de teatro de rua e técnicas circenses. Então faziamos os chamados "assaltos artísticos" nos bares de belém. Participavam vários artistas, desde poetas músicos, malabaristas, pernas-de-pau, pirofagistas e por aí vai...


eu: quais as tuas influencias no teatro?

cleiton: como assim, influências?

eu: quais atores e autores te influenciam?

cleiton:pra falar a verdade, nenhum. Só aqueles q trabalharam comigo e os artistas populares e de rua

eu:então tem muitos não acha?

cleiton :sim vários...rsrsrs...mas toda expressão ppular me influenciou

eu:cita alguns e o que fazem, de onde são?

cleiton diz: bem, como falei, acredito q aqueles mais próximos foram os que mais me influenciaram

eu: mas eles nao tem nome?

cleiton:na literatura, pude conhecer dois artistas que me impulsionaram muito nesse processo criativo da poesia, por serem pessoas que eu considerei ter afinidades nas idéias, digamos o 1ºcontato eles são a leila leite e andré leite conheces? rsrsrs

eu:talvez

cleiton :daí pude ampliar o meu conhecimento sobre esssa categoria de arte
com os cordéis patativa do assaré

eu:tativa do assaré

cleiton : e por aí vai isso mesmo

eu:me fala um pouco do circo

cleiton:então...o circo se tornou o meu maior foco depois de tantas andanças por essa estrada artística...e principalmente a figura do palhaço nessa parte o Paulinho, o rodrigo e a natália foram companheiros para desbravar essa área e pude me influenciar bastante nostrabalhos dos mais váriados artistas de rua q são muitos q cruzei em minha vida, nesta estrada o mais marcante fooi o ricardo de marabá q depois de ter participado do circo continuava levando em frente a proposta do circo e suas habilidades e principalmente o palhaço acredito q esse foi o principal influenciador para me tornar um circense e um palhaço foi daí q me senti mais maduro, depois de ter o contato com o Ricardo mesmo assim, depois houve vários artistas de rua q dividi experiências de todo lugar do brasil e do mundo, entre eles argentinos, italianos, uruguaios...


eu: e hoje, o que tu anda fazendo artisticamente?

cleiton: atualmente, a minha atividade artística diminuiiu bastante, falo do teatro, da música e do circo. Meu foco é a ccriança, portanto, trabalho a importancia da brinquedoteca e nela trabalho o teatro de bonecos e a contação de histórias

eu: tu é um morador da tf, ou ex, mas tu vivenciou toda a tua vida a realidade daqui, viu a violência crescer desesperadamente durante os últimos anos, como tu ver essa situação?como tu acha que a arte pode tirar as crianças desse caminho?

cleiton :bem, me mudei a pouco tempo da terra firme mas ñ me considero um ex morador, até mesmo pq a minha família ainda mora na tf e sempre to por aí vivenciando a proporção q a violencia tomou neste local, q por sinal está desenfreada e mais cruel. Fato triste por ver muitos amigos sendo perdidos pela violência ou pelas drogas, mas é a real, é uma juventude sem oportunidade para mim a arte é o maior instrumento pra mudar essa realidade deste bairro, visto q na localidade encontramos um enorme potencial de jovens que poderiam estar ocupando seu tempo com a arte q eles possuem para mim a artte é a grande saída que essa juventude tem pra ñ cair nas mãos da violencia acredito q eu fui salvo pela arte com isso dizemos q há uma outra alternativa de vida, muito longe dos distúrbios q vivemos hoje nesse caos

eu:agora pra finalizar me diz o teu nome e a tua data de nascimento.

cleiton : Cleyton Caminha, 18/08/1983

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

ENTREVISTA COM O GRAFITEIRO E TATUADOR ESMAEL RAYMOND, O RALADO




RALADO É UM ARTISTA DE BELÉM, DO BAIRRO DA PEDREIRA, TRABALHA COM GRAFITE E TATUAGEM, TENDO O CUIDADO DA PESQUISA PARA DESENVOLVER SEUS TRAMPOS, ATUALMENTE ESTÁ PESQUISANDO A FILOSOFIA ORIENTAL E TENTANDO GANHAR MAIS RESPONSABILIDADE. PARTICIPOU TAMBÉM DOS PROJETOS CELPA EM GRAFITE E METROPOLE EM CORES.


Eu:como tu chegou a ter o primeiro contato com o desnho e as artes plasticas?

ralado: criança,riscando as revistas da mamãe,aí ela me deu um caderninho de desenho e desdaí ñ parei mais
eu:quais as tuas influencias nas artes plasticas?

ralado:ultimamente o tatuador shawn barber,a algum tempo jun matsui,pintura indigena,realismo,tatuagens de bórneu,tahiti,...

eu:na literatura quais os caras que mais te influenciam?

ralado:ultimamnente o q eu estou lendo estaum me influenciando mais d um a forma "espiritual" do q artística,filosofia samurai

eu:tá seguindo alguma ideologia oriental pra melhorar a vida?

ralado:seguindo naum,aproveitando o q é bom para mim,e minha melhoria do ser.

eu:e o grafite, ainda faz rte da tua preocução e produção artistica?

ralado:Sim

eu: quais os grafiteiros em belém ou fora daqui que tu considera como importantes no teu trabalho?

ralado :daki d belém gosto muito dos trabalhos do marcelo bocão e do moisés mpris...e de fora:titi freak

eu:tá participando de alguma crew?qual?

ralado :oficialmente naum,mas to andando com a galera da explosão crew,os caras são bem humlides isso eu admiro nas pessoas...

eu:mas tu vai ou dá aquele clássico furo?de onde eles são?
ralado:esse ano naum ta rolando furo,muito tbm pelo q eu to aprendendo com a filosofia samurai....compromisso....a maioria dos caras são da vila da barca...

eu:me fala um pouco sobre o projeto celpa em grafite e o metroplole em cores.tu conseguiu tirar algum bom fruto deles?

ralado:com certeza

eu:quais?

ralado:celpae ñ somos nós q nos organizamos,so ficaremos enriquecendo os outros
metropole em cores:
a gente se dedica pelos alunos,mas muito dakeles tecnicos estão ali na velha politica pão e circo

eu:ainda tá rolando o metropole?

ralado:parece q sim
parece q sim

eu:tu acha que esses projetos são importantes pra quem tá começando no grafite:


eu:tu acha que eles colaboram de alguma forma?
ralado diz:
rlado:temos que tirar proveito com o q vamos aprender alí,nas aulas d arte principalmente...

eu:e a música, ela tá presente de alguma maneira na tua vida?como?

ralado:sim,escutando né?hehehehhehehe,rap ,o velho rocknroll,sons q fazem bem ao meus ouvidos seja o estilo q for

eu:toca algum instrumento?

ralado:só tambor mesmo,rsrsrsrrss

eu:pra finalizar, qual o teu nome?

ralado:esmael raymon

ENTREVISTA COM O GRAFITEIRO TARTA





TARTA É UM GRAFITEIRO DE MARITUBA QUE AGORA TAMBÉM ESTÁ SE ENVOLVENDO COM A MÚSICA. UM ARTISTA TIPICAMENTE DA PERIFERIA, QUE CONHECE AS DIFICULDADES DE PRODUZIR ARTE DIANTE DA TOTAL FALTA DE APOIO DE AMIGOS E INSTITUIÇÕES, PARTICIPOU DO PROJETO CELPA EM GRAFITE EM 2004 E HOJE NÃO ESTÁ ENVOLVIDO COM NENHUM COLETIVO, MAS CONTINUA PRODUZINDO TANTO NO GRAFITE QUNTO NA MÚSICA.




Eu:como tu teve o primeiro contato com o grafite?
Tarta: tive contato com o graffite alguns tempo atras no antigo ginasio de marituba mas eu ainda desconhecia atecnica do splay , mas já desenhava antes.


Eu:quando tu começou a querer aperfeiçoar a tua arte?



Tarta:foi quando rolou o nono ou décimo evento aqui em Marituba , foi meio engraçado um amigo tava com meu material de aerografia ,e tive q fazer com o spray.


Eu:grafite pra ti é arte?

Tarta: com certeza o graffite é uma vertente bem forte do mundo artístico



Eu:como andam os movimentos em Marituba?


Tarta: o movimento ‘tá estável, mas ainda precisa ter intercambio com outros movimentos.



Eu:tu tá conectado a algum deles?

Tarta:não diretamente mas conheço a galera do cosp tinta , já graffitei com eles


Eu:e a música, como tu começou a se interessar por ela?

Tarta: música é um estado de espírito indispensável para criação


Eu:que instrumentos tu toca?tu canta?


Tarta: toco contrabaixo, as vezes mas não é meu forte .

domingo, 14 de fevereiro de 2010

ENTREVISTA COM O DJ RG






RG (REGINALDO TEIXEIRA) É UM ARTISTA DA PERIFERIA, DJ DO MOVIMENTO HIP HOP DO BAIRRO DA TERRA FIRME, CONSIDERADO O MAIS PERIGOSO DE BELÉM, DE ONDE SAEM MUITOS ARTISTAS DE QUALIDADE E QUE NADA TEM A VER COM O CRIME QUE ROLA POR AQUI, MUITO PELO CONTRÁRIO, TRABALHAM SEMPRE NA DIREÇÃO CONTRÁRIA TENTANDO FAZER COM QUE SEUS PROJETOS MELHOREM A SITUAÇÃO E A PERSPECTIVA DA JUVENTUDE DO BAIRRO.





eu: entao vamo começar, quando tu começou com o hip hop?

dj rg : com 19 anos, ha 14 anos atrasno inicio de 1996...janeiro


eu: tu pode dizer qual teu nome?

dj rg .: reginaldo teixeira (dj rg)

eu: rg, quais as tuas influencias musicais?

dj rg .: como catores são: tupac, mano bronw, edi rock,zeca baleiro,falção do rappa.

dj rg .: como dj's são: kl jay, dj raffa e morcegão.

eu: sei bacana isso é importante pro trabalho e pra vida e vcs dois moram na periferia terra firme considerada a mais perigosa de belém. me fala ai como se dá essa tua relação com a periferia?com a pobreza e essa violencia toda que tá rolando por aqui?
a juventude no caos e morrendo matando e se matando nas drogas e nas armas?

dj rg .: é difecio ver tudo isso...
vc se indiguina mesmo.

dj rg .: mais a ideia é servir de bom exemplo

dj rg .: que é pocivel, ter susseço nasendo no funda da pariferia, como a terra firme

dj rg .: através da arte e da música, podemos superar as estatísticas

eu: oi a conexão do ork caiu e perdi a tua resposta sobre os projetos,por favor manda de novo vai.

dj rg .: os pojetos patrocinados pelos govenos posso diser que foral muito bom mais foram eleitoreiros

eu: e os teus projetos musicais? como estão ? rolando bacana?quais são?

dj rg .: e uma produtora de eventos culturas e também consutoria em informatica, em softwares livre...

eu: legal, nao tem vaga pra mim? bem...e o movimento hip hop hoje?

dj rg .: setudo der certo sim, vai ter....

eu: sei que tu ainda faz parte do movimento. me fala um pouco dele.legal eu quero mermo.

dj rg .: to gravando, muitas musicar de rappe's de belèm..como mano aice, mc lobão que moram na terra firme,entre outros de outros bairros,entre outros de outros bairros.

dj rg .: nós mesmo os dj's estamos trabalhando em produção desse galera que não tem como gravar em uma estudio grande...

eu: nao os conheço, apesar de ter o aice no meu outro orkut, o potlatch...e sse apoio é muito importante precisamos muito uns dos outros pra podermos continuar nossos projetos...

Eu:quais as suas influencias literárias?tu saca os marginais das décadas de 1960/70?
DJ RG .: mais Marginais conheço por que me intereço nessas ideia de rebeldia ao Governo...

DJ RG .:
http://www.myspace.com/mafiadabaixada

ENTREVISTA COM O POETA JOÃO LENO LIMA



LENO É UM POETA DE MARITUBA, CIDADE METROPOLITANA DE BELÉM E QUE SE ESCONDE DO MUNDO EM SUAS POESIAS, AO MESMO TEMPO EM QUE SE EXPÕE, SEM VIVENCIAR A RUA, MAS SIM SEU ESCURO QUARTO, O POETA CONSEGUE TRANSCREVER PERFEITAMENTE A ANGUSTIA DO SUBMUNDO DA NOITE NAS RUAS DA CIDADE GRANDE, O SUFOCO, O DESESPERO, A SUJEIRA, O MEDO, A PROSTITUIÇÃO, A EMBRIAGUEZ, O SEXO. É UM POETA CHEIO DE SIMBOLISMOS. DEU UMA ENTREVISTA PELO MSN, ASSIM COMO O POETA CLEI DE SOUZA QUE DEU A ENTREVISTA DELE POR ORKUT...


Eu:como tu conseguiu ter coragem de começar a escrever e principalmente de deixar as pessoas perceberem em ti um poeta lendo teus escritos?
leno:
antes de ser uma questão de coragem, escrever o meu "ato" essencial, é mais uma substancia egosísta doq um desejo de salvação para outrem, escrevo pra dar sentido há algo que em mim vive perdendo o sentido, o existir. (isso é uma entrevista?)


eu:quando isso começou?

Leno:
ahh...nao teve um inicio, desde sempre...desde 8,9 anos de idade ja fazia uns pequenos textos, historinhas, toscos e rudmentares ensaios, de alguma forma escrever vou involuntária, foi como aprender a andar e a falar, e eu como sempre falei pouco, escrevia, mas só vim me levar a sério anos depois...
cheguei a escrever letras de musicas, durando uma parte da adolescencia até que chegando na idade adulta, começei a trabalhar os primeiros versos mais sérios

Eu:quais os teus primeiros autore?

Leno:comigo...
aconteceu o inverso, acredito da maioria dos poetas..meus primeiros autores não foram poetas das letras..foram sobretudo, pintores como o Picasso e seu cubismo e a pintura surreaalista...
passei um tempo estudando cubismo e como eu poderia "aplicar" o cubismo análitico nos poemas..rsrs
devido a minha fascinação pelo movimento e a abstração...
o primeiro autor q me chamou atenção e que guardo traços dele até hj, é o Murilo Mendes...
sua poesia com alguns traços surrealistas, que na verdade é uma especie de "abstraçao religiosa" em alguns casos me trouxe um sentimento de liberdade...
Antonio Ramos Rosa, poeta conteporaneo portugues tb fez parte dos "primeiros" autores...


Eu:tu considera a tua arte uma arte marginal?

Leno: uma pergunta que pode ser respondida em duas frentes, primeiro que acho a poesia é sempre marginal, uma arte vindo de pessoas (geralmente) excentricas, no sentido mais sincero do termo, um processo que até chegar nas maos de alguém passa as vezes anos, a margem não significa necessariamente estar fora das coisas mas sim, pq é do poeta (mais doq de qualquer outro artista) o olhar
que traduz não com palavras ou nao só com palavras o todo, oq parece ser ser indefinivel, acho (pra mim) q todos os artistas são antes de tudo, poetas..."marginal" é o proprio sentimento indefinivel...
nesse sentido, oq faço como "arte" é marginal sim, de um visão geral, e em si é é certamente já que a pratico no litoral de uma alcançe mais de pessoas, oq produz uma contradiçao, poesia é pra ser lida, oq torna esse "marginal" algo controverso.

Eu:tu nao curte muito a rua a tua vivencia é muito mais de isolamento, mas na tua poesia a gente sente muito a marginalidade da rua, a zona, a escurio das ruas mesmo, as prostitutas. pq o teu afaztamento da rua?pq o quarto? como se dá essa tua percepção da rua na noite sem tá presente nela?

Leno:Nao acho que meus poemas falem com intençao de definir-se como uma poesia urbana, não se trata que "nao gosto" das ruas, mas não sou dado às ruas realmente, é uma questão de como me sinto, meu poemas refletem uma "urbanidade" doente, excentrica, um cotidiano mais de sutilezas e subsutilezas perante os intantes, doq uma síntese de um olhar "palpavel" na realidade.
A realidade urbana,cotiadiana das ruas no meu poema é a realidade oculta, desconhecida, indiferente, "subrealidade" "aversas" realidade do olhar, dos gesto, dos rostos, é nesse sentido q meus poemas devem ser vistos e é nessa sentido q me sinto, indo até a esquina ou indo no centro da cidade, são pequenos universo doq alguns chamam de "realidade"


Eu:quais os marginais que tu já tivesse contato? digo na lit. dos anos 1960/70?

Leno: antes de saltar meu olhar, pequeno olhar sobre alguns universos minusculos do cotidiano, minha poesia era essencialmente morfada, poema de quartos escuros e becos sem saída, comecei a sentir que poderia atravessar as janelas do quarto conhecendo a poesia beat do Allen Ginberg e a poesia suja e urbana do Roberto Piva,
esse dois foram impactantes pra mim, li e ri, bebi, vomitei, meus poemas se nutriram deles durante um tempo, nao que eu quisesse imita-los, mas precisa dessa dose para sair dele com algo meu, nao tenho medo de influências ou de trazer à tona referencias
Esse olhar "urbano' dos meus poemas foram em alguns se confudiram em alguns momentos com o olhar deles, que são merginais das ruas, do palpavel olhar sobre as coisas. O meu olhar é distante, a poesia beat me ajudou a sair do quarto mas eu mesmo encontrei meu caminho nesse corredor entre eles (a rua) e o solitario olhar mais pessoal e fechado do quarto como metafora.
e a música?como ela chegou na tua vida?como ela influencia a tua poesia?e as tuas composições e a tua banda seguem o mesmo caminho que a poesia e o ato de cantar?


Leno:
Musica é um outro processo de trabalhar palavras e sentimentos. Tenho uma relação de amor/odio/indiferança/dependencia/decepção/sublimação/infiniturde/transcedencia com música. Mas o ato de escrever é um processo muito diferente pra mim do ato de escrever poemas. O poema é como se o universo parece por um tempo ou como se ele tivesse em minhas mãos
Música ainda nao havia sentido isso até começar a criar música e cantar. Oq tem relativamente pouco tempo. Cantar as composiçoes é como mergulhar na s ondas sonoras da própria poesia, nas partículas sensoriais que há em cada palavra,
passei a escreditar q música tem longos túneus, poroes, estradas, escadas, pontes, asas, mar, becos dentro dela que percorremos e que alguns artistas conseguem erguer isso como se tivessem nos levando até as mais excentricas gálaxias. Música é algo pra mim que corresponde há uma realidade dentro da propria realidade das coisas, como toda a arte vc diria, como arte essencial à propria poesia....
além que tb, ao cantar, praticamos um forma de alcance poetico maior, engraçado, nao sinto vergonha de cantar, é como se eu nao tivesse ali, mas declamar um poema ainda me agride, me isola numa capsula, ainda tremo, mas cantar...é um ato de desdobramento...

Eu:e ainda existe o coletivo ai de marituba?qual o nome da tua banda e do coletivo que tu participa?


Leno:
Nao sei sobre o coletivo, a cena de Marituba ainda precisa caminhar para uma cena de carater autoral, com filosofia própria, dialoga ndo com o universo da cidade e de cada um ali, como artista. A cidade é um fenomeno, em relação a quantidade de artistas e sobretudo músicos que existem, mas poucos se arriscam a cantar e mostrar um trabalho seu mesmo.

Nesse sentido, e fazendo um perigoso parelelo com o carnaval da cidade, onde as bandas buscam a imitação barata das bandas baianas, a cena "underground" da cidade ainda se nutre de copias quase fieis de seus idolos, não que isso seja criminoso, mas espero muito mais de artistas que sei que podem dar muito mais.


Eu: qual o nome da tua banda?

Leno:o nome da minha banda é "propulsores". Psicodelia e letras próprias.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

ENTREVISTA COM O POETA CLEI DE SOUZA




CLEI DE SOUZA É UM POETA DE BELÉM, CIDADE ONDE MORA E CRIA SUAS POESIAS, QUE FABRICAVA SEUS LIVROS DE FORMA ARTESANAL E QUE HOJE APENAS OS DISTRIBUI PELA INTERNET, BASTA MANDAR UM EMAIL, SUAS INFLUENCIAS VÃO DA LITERATURA MARGINAL A MÚSICA, ELE PARTICIPA DE DUAS BANDAS, "COISA DE NINGUÉM" E "KEM PARIU EUTANASIO"...


eu: me diz ai como tu chegou na literatura marginal e se instalou?

clei de souza: a literatura chamada marginal veio até mim pelo contato com a contracultura em geral, claro que isso se deveu muito ao meu envolvimento com o rock na adolescencia. daí fui ecrevendo inicialmente sem muito conhecimento de literatura. era aquela coisa punk do faça você mesmo
montamos um grupelho na marambaia que foi aos poucos trocando informações
livros, discos, mas sempre tudo ligado ao universo contracultural e isso em todas as artes. daí um dia tive a coragem de publicar um livro artesanal o "peripatetismo"
hoje sei que pouca coisa se aproveita em relação ao que eu faço hoje, mas quando peso as condições e a bagagem que eu tinha na época eu axo que até foi um bom começo
daí eu comecei a ter resposta dos que liam e fui cada vez mais fazendo, vendia nos bares para sustentar meu vício de beber um vício que sustenta outro vício
isso é que é círculo vicioso. hoje axo que o título literatura marginal não tem mais sentido por que todo mundo pode postar o que quiser, ainda bem. o simples fato da gente tá aqui conversando já é uma prova disso. mas na época em que os caras começaram a fazer e eu também de maneira retardatária, havia uma aura de afronta editorial heroica. era legal.

eu: e quais autores foram responsáveis pelo inicio das tuas leituras?

clei de souza: Pô, primeiramente me apeguei a letristas (ainda hooje não os larguei),renato russo do legião dois,gessinger,via que eles citavam outros caras, daí fui à fonte,tive um impacto muito grande com o uivo
do ginsberg,com o carrossel da cabeça do ferllinghetti, com o flores do mal (do baudelaire), com nupcias do ceu e do inferno (do blake),no brasil minha paixão foi o lemisnk. dentre todos os da geração dele, por último conheci o caio fernando abreu. com ele eu descobri que podia fazer contos.

eu: nao conheço teus contos. tu continua publicando apenas nos livros? nao usa a internet?

clei de souza: hoje eu distribuo pela net. trampo muito e não tenho mais tanto tempo pra fazer nem vender livros
quem manda email pedindo eu mando tudo.teve um tempo que vender livro era complementação de renda, cara.

eu: eu sei

clei de souza: saía d casa com os livros na madruga. levava a bebida já na sacola, a mais baratinha daí saía mangueando pelos bares alternativos da cidade tem histórias engraçadas desse tempo.


eu: conta uma
clei de souza: uma vez, quando eu não tinha grana, eu dava os livros pro miguel, dono do bar, em troca d cervejas. daí ele deixava os livros em exposição e depois vendia os livros daí eu parei d fazer o primeiro livro por preguiça mas o miguel deixou o dele em exposição. pois bem a guria tava comigo e queria levar o livro p ler mas o miguel não deixava ninguém levar.

eu: reliquia já

clei de souza:
daí ela com uma car cpínica foi escondendo debaixo da blusa e levou. mais ou menos (reliquia) nem eu tenho esse livro,ela foi pra um outro bar
eu fiquei lá no miguel com uma galera.
o miguel ficou muito puto:" porra, roubaram o meu livro"
eu bati na costa dele e disse: deixa q eu faço outro
tempos depois lancei meu segundo livro lá na federal
tinha uma foto do primeiro nele.

eu: outro sucesso

clei de souza: comigo careca por conta do vestibular

eu: qual o titulo dele

clei de souza: eu já cabeludo ouvi de um cara q não sabia q eu era o autor
" eu conheço esse cara!!!"
eu olhei p ele e disse é mesmo?
da onde?
essa foto tá num livro q eu comprei d uma guria lá no carpe diem no dia tal.
eu: é mesmo. por quanto ela t vendeu?
sis contos

eu: ainda ganhou granna

clei de souza: deixa q eu vendia a três.
eu fui perguntar.
ela disse: cara queria e ler. li. depois queria beber: bebi
essa é uma delas

eu: essa é boa

clei de souza: a agora tô entrando nas instituições mas é só pela grana, não as reconheço. por exemplo ganhei o premio próex da federal recentemente. dia 24 é a cerimonia
é um dinheiro que o Estado rouba d mim e eu pego d volta

eu: com certeza
que premio é esse?
dinheiro e publicação?

clei de souza: é d poesia
um concurso que teve no final do ano
mil merrecas e uma publicação. tenho até medo da publicação eu fazia livros artesanais que tinham uma apresentação improvisada, mas por falta d estrutura.